terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O BRILHO DAS ESTRELAS

Frágeis nuvens em missão demais ingrata
Lançam manto sobre estrelas imponentes
A firmeza desses astros reluzentes
Fere a sanha recebida... Fulge a prata

Rechaçados sem demora tais rompantes
Uma saga breve e tênue se completa
Lacerados pela linda e forte seta
Vis escudos se dissipam em instantes

Por queimados pelo brilho inexorável
A medida mais sensata, inevitável:
Guarda baixa e seu fatal recolhimento

Claridade vem à tona, imprescindível
Emoção a tomar conta, indefinível
Dos recantos dum ditoso firmamento

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Soneto dedicado a um grande parceiro das letras, AARÃO FILHO.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

É NATAL

O coração qual manjedoura se afigura
É fausto leito do singelo nascimento
Palco da cena difusora de candura
Quanta alegria proporciona lindo evento!

Dentro do peito fulge, intensa, um'almenara
Raia Jesus, o Filho amado, Sacrossanto
Nobre alimento, sua força tudo sara
Encerra paz... Oh, maravilha de acalanto!

Ele irradia plena luz que refrigera
Zeloso guia, sentinela sempre pronto
Não há com Cristo desamparo, vã espera
Bravo parceiro na batalha, no confronto

Em nosso espírito, sorriso singular
É Deus Menino sua Graça a espalhar

NATAL

Nascimento alvissareiro
Alegrou o mundo inteiro
Trouxe para aos corações
Amor, paz aos borbotões
Louvemos Jesus, luzeiro

sábado, 18 de dezembro de 2010

MEU BÁLSAMO

Fizeste de minh'alma alegre presa
Soprando no juízo tua brisa
Meu corpo docilizas com destreza
Teu mágico elixir me balsamiza

Incitas meu querer, perfeita rosa
Exalas sedução sem par, profusa
O feixe da fragrância esplendorosa
Invade arrasador, o peito acusa

Ao pálido jardim trouxeste cores
Aos campos inodoros teus olores
Oh, fada dos meus sonhos, divinal

A marca desse aroma não retires
Não posso estar liberto dos sentires
São fontes de prazer descomunal

O PADRE E O BÊBADO

No coletivo, o padre senta bem ao lado
Do camarada muito bêbado e "pra frente"
O sacerdote é perguntado, de repente:
"O senhor sabe o que é artrite, meu prezado?"

Querendo dar uma lição no cachaceiro
O padre fala: "isso é doença provocada
Pelo alcoolismo e pela vida desregrada
Aflige quem fica no bar o dia inteiro"

Logo depois, grande remorso acaba tendo
Achando duro seu discurso, o reverendo
Indaga o cara: "Há quanto tempo tem o mal?"

Eis a resposta do pinguço, um tanto séria:
"Não sofro disso, apenas li uma matéria
Esse problema o bispo tem, diz o jornal"

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Adaptação de piada

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

SEGREDOS

Meus sentires reprimidos descortino
Olhos fulgem revelando tais segredos
Na meiguice da princesa sou menino
Verto enleio nos sinais deveras ledos

Chego às raias do torpor feito vesano
São clamores aclarados, mui agudos
Arrepio a me tomar... Querer mundano!
Os desejos tinha ocultos, quedos, mudos

Sedução irresistível, explosiva
Emergiu neste momento, doce diva
Refestelo-me, feliz, em bela senda

O sonhar, outrora opaco, surge flavo
Nessa boca encantadora, imane favo
Vou fazer eternamente uma vivenda

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

DO INFERNO À GLÓRIA

Do abismo contemplamos os portais
Inferno se pintava em cores vivas
Jornadas todas tensas, aflitivas
Os erros? Não podíamos ter mais

Correntes se alastraram, positivas
Em vozes vigorosas, passionais
Torcida apronta festas magistrais
Porquanto eram partidas decisivas

O quadro aterrador foi revertido
Tivemos o propósito cumprido
Elite garantida com primor

No fim da bela saga uma vitória
Deixado o lodaçal, chegou a glória
Celebra intensamente o Tricolor

VIVA O CAMPEÃO

No rastro dos guerreiros sangue e luta
As lanças de coragem revestidas
Quão linda, irretocável a conduta
Vitórias bravamente construídas

Na gênese de tudo uma arrancada
Milagre tricolor emocionante
Com lágrimas e festa coroada
No título da equipe triunfante

Os tons de galhardia e majestade
Orgulho duma massa ensandecida
Tremulam no mais belo pavilhão

Imersa em singular felicidade
Bem alto se declara essa torcida;
FELIZ, CANTO MEU TIME CAMPEÃO!!!

ALEGRIA TRICOLOR: FLUMINENSE CAMPEÃO BRASILEIRO/2010

Pro sentir do torcedor
Não procure explicação
Mesmo tese de doutor
Não decifra essa paixão
Bom latino, o brasileiro
Vibra, pula o tempo inteiro
Nas arenas do país
Gramados Brasil afora
Canta, xinga, ri e chora
Ora triste, ora feliz

Não pode ser diferente
Para o tricolor, portanto
Exibe orgulhosamente
As cores do lindo manto
O seu clube secular
Tem história singular
Recheada de emoções
Inferno foi conhecido
Mas várias vezes ouvido
O grito de campeões

Apoio incondicional
Tem sido marca bonita
Essa torcida leal
Sempre diz que acredita
Provou amargor imenso
Naquele infausto descenso
Depois do qual o Parreira
Se demonstrou importante
Inspirado comandante
Daquela equipe guerreira

Foi esse Carlos Alberto
Que nos conduziu à glória
Oitenta e quatro, estou certo
Não me sai mais da memória
No certame principal
Deste país tropical
A taça foi levantada
Por Assis e companhia
Explodiu em alegria
A galera emocionada

De setenta, amigos, trato
Foi uma festa estrondosa
Ganhamos o campeonato
Roberto Gomes Pedrosa
Falta reconhecimento
Da CBF, lamento
Mas o peso ninguém tira
A dita Taça de Prata
O Fluminense arrebata
A bela nação delira

No ano passado o time
Fez algo espetacular
De batalhar não se exime
Na elite quis ficar
Os torcedores fanáticos
Não ouviram matemáticos
Projeções e estatística
No milagre da arrancada
Ficou de novo cravada
Nossa conhecida mística

Vinte e seis anos de espera
Montamos um esquadrão
Para ver toda a galera
Vibrar no Brasileirão
Foram vinte e três rodadas
Pela turma lideradas
Mas a peleja foi dura
Vitórias tivemos vinte
Ainda digo o seguinte:
Melhor defesa, segura

Os desfalques foram vários
Contudo, nossos suplentes
Por bastante necessários
Se mostraram competentes
Para oponentes de porte
Foi preciso elenco forte
E um grande treinador
Nosso Muricy Ramalho
Teve brilho no trabalho
Por isso é merecedor

Todo mundo teve parte
Na caminhada do tri
De ninguém se faz descarte
Não vou fazer isso aqui
Porém, vão ficar na bronca
Caso não fale do Conca
O nosso grande regente
Foi presença garantida
Em tudo quanto é partida
Eita argentino valente!

Desfilo felicidade
Nas linhas que apresento
Sem ter imparcialidade
Eis o meu contentamento
Desde quando era menino
Onze anos, pequenino
Que este porto-velhense
Tinha um grito na clausura
Agora não mais segura
A taça é do Fluminense

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

SEM RECATO

Chegaste desprovida de recato
Trazendo teus sussurros em oferta
Minh'alma revelada, descoberta
Celebra, degustando fino prato

Da cela dos sorrisos deste vate
Garbosa e sedutora abriste a porta
Outrora esmaecidos, tela morta
Fizeste dos sonhares o resgate

Em mim, nas remotíssimas paragens
Despontam as recônditas imagens
Pedindo teu carinho, esse pincel

Na face tens deveras duas luzes
Guiando lindas mãos com que produzes
Um mundo refulgente, meu laurel

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

NOSTALGIA

No coração adocicado há nostalgia
Viva ternura dos encontros vesperais
Ledos olhares, incessantes madrigais
Quão maviosas são as cores doutro dia

Brisa na face, teto anil, ipês floridos
Sofreguidão nos lábios tímidos e faltos
Ansiedade pelos mágicos, mui lautos
Mananciais dos sentimentos reprimidos

Daquelas tardes inda hoje me enamoro
Luz no sorriso, singular cumplicidade
Eternizei na galeria da saudade
Sou regozijo a cada vez que rememoro

Esplendorosa, nossa história cinge, enfim
Singelas letras a brotar dentro de mim

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

AMBIGUIDADE

Por entre mistérios a pena vagueia
Em cada recanto descobre jazidas
Profusas belezas emanam luzidas
São cores e lumes jorrando da veia

Quão ricos cenários, deleito-me lasso
As letras se alegram, sorri o meu estro
Do verso em concerto teu brilho é maestro
Ambíguos sentires... Sou puro e devasso!

Formosa princesa, motivas o bardo
Seduzes mesclando fulgor e inocência
Nas curvas fatais e na cândida essência
Destarte, contente te exalto... Não tardo!

Palavras derivam do raro esplendor
Com que tu tingiste estas linhas, amor

terça-feira, 23 de novembro de 2010

AUDACIOSA

O torpor de engenhosa carícia
Dos meus olhos as nuvens desfaz
Esse toque frenético, edaz
Que fascínio, gostosa perícia!

Como quero o calor dessa audácia
O carinho enlaçando a cerviz
Bem assim os sussurros sutis
Pra minh'alma elixir de eficácia

Pura seda, arrebata-me o siso
Meu pensar viajante, impreciso
É refém da leveza da tez

Na viveza constante me aprazo
Tu fizeste mais fausto o parnaso
Sou brinquedo da tua avidez

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

MEU FAROL

Desperto sob a luz dos teus afagos
Aromas entorpecem meus sentidos
Em doses generosas são servidos
Voraz, meu coração se farta em tragos

Infausto pranto e dor pus em jazigos
Logrei deste jardim ver extirpados
Estão no esquecimento sepultados
Nos beijos doravante tenho abrigos

A cada alvorecer vejo mais bela
Vereda colorida em que cintila
Não canso, minha estrela, de exaltá-la

O brado da querença logo cala
A brisa desse amor em mim sibila
Na doce e terna cena feito tela

terça-feira, 16 de novembro de 2010

MORREU DE ESTILINGADA...

A viuvinha, triste, choraminga
Sobre o caixão do amado, falecido:
"Qual passarinho foi-se o meu marido"
Eis que lhe ouve um bebedor de pinga

Logo em seguida, chega no recinto
Outro sujeito cheio da manguaça
Pergunta ao seu confrade de cachaça:
"Como morreu esse senhor distinto?"

O pé-de-cana que adentrou primeiro
Do qu'escutou já se lembrou de pronto
Foi prestativo c'o seu camarada:

"Eu vou dizer para você, parceiro
E não duvide do que agora conto
Segundo a dama, foi de estilingada"

CANÇÃO DO ETÍLICO

Nem que desça a saideira
Eu arredo deste bar
Com a conta não me venham
Pois aqui eu vou ficar

As caninhas, vou bebê-las
Aprecio seus sabores
Ponham cá uma bebida
Seja rum, vinhos, licores

S'eu deixar fiado, anotem
Dia desses vou pagar
Nem que desça a saideira
Eu arredo deste bar

Tira-gosto, meus senhores
Por favor, vão preparar
S'eu deixar fiado, anotem
Dia desses vou pagar
Nem que desça a saideira
Eu arredo deste bar

Não me peçam que eu corra
Estes copos vou secar
Eu falei para os senhores
Meu negócio é entornar
Mesmo com a saideira
Não arredo deste bar


* Paródia do poema "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias.

SONETO DA INFIDELIDADE

Tu trazes um pavor, muito tormento
Vesga, cheia de pelo, o meu espanto
Te ver me tira a fome enquanto janto
E quando estás na sala eu nem me sento

Não queiras lá na praça um cumprimento
Até que sou bonzinho, mas não santo
Pra rua, só te levo sob um manto
Porque se te mostrar... Constrangimento

Não há neste mundão alguém que ature
E nisso aí me enquadro, inclusive
Pior é me deitar na mesma cama

Não gastes teu 'dindin' com detetive
Pois eu vou te falar: tenh'outra dama
Feiura terminal não há quem cure

AVISO

Prezado(a) visitante,

Os textos da categoria "CORDEL", à exceção dos comentados, foram transferidos deste para outro blog, voltado exclusivamente para o gênero.

O endereço é o seguinte:

http://universodocordel.blogspot.com/

Grato pela compreensão e prestígio.

Jerson Brito

VALENTE TIMONEIRO

Singra em meio às intempéries, não recua
Rasga a névoa no caminho, calejado
Dorme o Sol, seu companheiro, chega a Lua
Permanece, firme e forte, denodado

Mares negros... Amarguras tem vivido
Sem pudores, corta o vento sua proa
De esperança o coração está tingido
Sempre em busca do sorriso, ele se doa

Sem pesar o desafio, enfrenta tudo
O Divino é proteção, é seu escudo
Sob a cor da negridão e à luz do dia

Persevera, inabalável qual rochedo
Faz da vida um grande filme, lindo enredo
Timoneiro representa a valentia

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

A VOZ DO AMOR

Distante dos meus olhos, todavia
Povoas, minha diva, o pensamento
Estás presente nessa fantasia
Que carinhosamente eu alimento

Tu és a causadora desse enleio
Assim, tua presença almejo tanto
De amor o coração se encontra cheio
És bela inspiração do verso e canto

A voz dessa querença me domina
Vislumbro, ao divagar, o teu semblante
Da face angelical doçura mina
O mel dessa pureza é cativante

Da chama inebriante não me esquivo
Conservo em mim sentir deveras vivo

QUANDO A DROGA ENTRA NO LAR/UM FILHO ESTÁ DE SAÍDA

Esse mote, muito atual, foi proposto pelo poeta ARISTÓTELES LIMA.
Muito obrigado pela sugestão, amigo!



A nossa sociedade
Lamenta um triste cenário
Traficante sanguinário
Não tem sensibilidade
À criança em tenra idade
Porcaria oferecida
Que depois de consumida
Com certeza vai matar
QUANDO A DROGA ENTRA NO LAR
UM FILHO ESTÁ DE SAÍDA

É medida de emergência
Combater a bandidagem
Acabar c'a sacanagem
Dos ladrões da inocência
Senão irá à falência
A família tão querida
Em pedaços, destruída
No mais baixo patamar
QUANDO A DROGA ENTRA NO LAR
UM FILHO ESTÁ DE SAÍDA

Nem o pobre estudante
Hoje em dia tem sossego
Na escola mesmo é pego
Pelo cruel meliante
Uma cena preocupante
Fere o peito, é dolorida
Vemos se esvair a vida
E muitos pais a chorar
QUANDO A DROGA ENTRA NO LAR
UM FILHO ESTÁ DE SAÍDA

Esse vício dilacera
Corpo, mente, tudo enfim
O que traz sempre é ruim
A plena tristeza gera
Numa angustiante espera
Por uma justa medida
A população perdida
Não cansa de reclamar
QUANDO A DROGA ENTRA NO LAR
UM FILHO ESTÁ DE SAÍDA

No laço do entorpecente
O jovem se vê envolto
Muitas vezes não é solto
Pois se torna um dependente
Deste mundo, infelizmente
Não raro faz despedida
Após a luta sofrida
Não consegue se livrar
QUANDO A DROGA ENTRA NO LAR
UM FILHO ESTÁ DE SAÍDA

Precisamos deste brado
É um necessário alerta
Queremos ver se desperta
De uma vez o nosso estado
Um povo desesperado
Não aguenta mais a lida
A dura batalha tida
Em tudo quanto é lugar
QUANDO A DROGA ENTRA NO LAR
UM FILHO ESTÁ DE SAÍDA

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

SEDENTO

Nestes olhos fulge a chama
Arde em mim forte querença
Este peito meu reclama
Linda flor, tua presença
Tu és puro encantamento
Dessa boca estou sedento

AMOR TOTAL

Por gigantesco meu amor transcende
Quaisquer limites que a razão imponha
Ao infinito dos sentires tende

Esta vereda é plena em luz, risonha
Repleta está de cores e perfumes
Meu coração, em regozijo, sonha

Nesses aromas, nesses lindos lumes
Esvai-se a dor, reside em mim leveza
Estilhaçados, vão daqui negrumes
Pra sempre quero a ti, tenho certeza...

LUXÚRIA

Amantes, um desejo incandescente
Olhares... Avidez inebriante!
Carinhos, plena entrega, beijo ardente
Dois corpos, prazer uno, transbordante
O lume da loucura prepondera
Dos poros verte o mel dessa quimera
Tornando inevitável doce fúria
Sucumbem ao sabor... Bebida rara!
Na fausta lassidão resposta clara
Às vozes dominantes da luxúria

AMOR SELVAGEM

Arranco do teu corpo a vestimenta
Mergulho no prazer dessa loucura
Osculo a minha doce criatura
Retiro o elixir que me alimenta

Sou servo dos caprichos dessa flor
Enleio pleno vindo d'um jardim
Letal, a forte seiva, com vigor
Viaja e toma conta, então, de mim
Ardência, frenesi e sedução
Gravados dentro d'alma e coração
Emergem na carícia e perdição
Mostrando o paraíso inteiro, enfim

LASCÍVIA

Leve-me a um êxtase total
Atice a libido do meu ser
Sorria para mim tão sensual
Carinhos e afagos quero ter
Imploro que lhe deixe possuir
Vislumbro a sedução que está por vir
Inquieto, sinto o peito explodir
Amada, é tão forte esse querer

LOUCO AMOR

Luar por testemunha, almas puras
Osculam-se vorazes e flutuam
Um só anseio une as criaturas
Carnais desejos são suas procuras
Olhando um ao outro se cultuam

Arfantes, enlevados... que avidez!
Mulher e homem lá, entorpecidos
Os corpos desfalecem... languidez!
Raro prazer... e perdem os sentidos

INTENSO QUERER

Galgo as nuvens ao provar do beijo quente
Destes poros verte a chama da loucura
Minha mão, feliz, desliza na escultura
Meu sonhar se fez verdade finalmente

Do teu laço sedutor me fiz clausura
Perdição em que repouso mansamente
Doce fada, nobre estrela reluzente
Neste céu a mais bonita que fulgura

A vereda me apresentas, colorida
Dando a chave do mais lindo paraíso
Tu tingiste o caminhar de amor e luz

Um querer se assenhorou de minha vida
Dominaste inteiramente este juízo
Um sentir imensurável me conduz

MINHA FANTASIA

Tu me convidas ao pecado
A mergulhar nesses olores
Provar dos teus nobres sabores
Para sorrir, inebriado

Sorver o mel desses cantares
Desejo intenso reprimido
Anseia tanto o meu ouvido
Celebrará quando chegares

Guardo sentir forte e sincero
Oh, meu amor, como te quero!
És minha dama luzidia

Puro elixir, delírio raro
Encanto pleno, em ti eu saro
Navego à luz da fantasia

AS CORES DA VIDA

Sobre a cabeça via infame nimbo
Tristeza enorme o coração infesta
Minh'esperança arremessei no limbo
Pensei, chorando: "nada mais me resta"

Vendo em meu peito o tormentoso rombo
A Luz me disse: "tenho uma proposta!
Abre esses olhos, foi somente um tombo
Comigo ruma, no meu ombro encosta"

E, prosseguindo, disse: "oh, caminhante!
É linda a vida, o Sol é tão brilhante
O riso é pleno nesse céu, nas flores"

"Olha ao redor de sua estrada, apenas
Nota, contente, que estampei nas cenas
Motivos mil para seguir... Há cores"

DEUS É INFALÍVEL

As curvas são mistério nessa vida
Por vezes nós sorvemos a fragrância
Das flores a brotar em abundância
A dor noutros momentos é colhida

Tormentos encontramos pela estrada
Espadas nos fustigam sem clemência
A Deus, o Pai, a plena Onipotência
Pedimos que ilumine a caminhada

Imersos em tristeza, fel, apuros
Amparo breve aos passos inseguros
Rogamos, confiantes no Senhor

Não há, temos certeza, vãs esperas
Na luta diuturna contra as feras
Contamos com a mão do Protetor

INQUIETAÇÃO

Menina graciosa, exuberante
Trouxeste pra minh'alma inquietação
Meus olhos num sorriso radiante
Confessam ledo encanto em profusão

Provei da tua seiva entorpecente
Senti, embevecido, o teu sabor
Fizeste habitação na minha mente
Em mim és tatuagem, viva cor

Em mel tu transformaste amargo vinho
De flores enfeitaste meu caminho
Puseste mais aroma em meu viver

És joia linda e rara... Quanto engenho!
Sem ter como ocultar, princesa venho
Do grande sentimento te dizer

NOS BRAÇOS DA PAIXÃO

A névoa da tristeza me cobria
Até que para o pranto tive a cura
Tocado por um anjo com ternura
Em mim vi dissipada essa agonia

Outrora cultivando em fantasia
Momentos recheados de doçura
Deixei de lado toda desventura
Porquanto mergulhei ness'alegria

Nos braços da paixão fui acolhido
Na face estampo o brilho reprimido
O meu ditoso peito comemora

Tu és o meu presente celebrado
Estou a te exaltar, emocionado
Nas letras espalhadas mundo afora

SEDUTORA

Provei do encanto num mergulho incauto
Arrebatado, vi partir meu tino
E doravante o pensamento pauto
No teu olhar de deusa, cristalino

Dessa paixão senti o forte efeito
Qual passarinho, leve ao vento plano
Tens garantido aqui perene preito
És a rainha do meu verso insano

Tez sedutora, lábios de veludo
Trouxeste cor ao caminhar tão triste
O que me invade é mui gostoso, agudo

Celebro a vida, ledo, enternecido
Dentro de mim castelos construíste
Com regozijo ora somente lido

DELIRANTE

Nos sonhos que acalento sempre estás presente
Tu és destas quimeras o maior motivo
Às nuvens esse olhar bonito é conducente
Pensando em ter afagos eu confesso: vivo

Estar nos braços teus desejo a todo instante
Decerto tens a chave do prazer, enlevo
Formosa criatura, mulher fascinante
No peito deste bardo há um sentir longevo

Refém do laço forte sou delírio pleno
Ao ver a joia rara, sorridente aceno
Pedindo um beijo doce cheio de brandura

Dominas o meu ser, cativo tens o trono
Senhora, de minh'alma não sou mais o dono
A mim trazes conforto, és alimento, cura...

REVELAÇÃO

Em segredo te queria
Encerrei no peito um brado
Eras, fada, a fantasia
Deste pobre apaixonado

Por tão forte me afligia
O que estava aqui guardado
Vi, enfim, chegar o dia
Do sentir ser revelado

Este brilho que diz tudo
Percebeste em meu olhar
Coração viste, desnudo

Minha flor, paixão sem regra
Como é bom contigo estar
Teu gostoso enlace alegra

108 ANOS DE FIDALGUIA

Oh, Fluminense, nesta data tão querida
Venho trazer um cumprimento emocionado
Tu fazes parte da rotina em minha vida
És o meu clube mui dileto, sempre amado

Na trajetória lindamente percorrida
Com fidalguia teu caminho tens marcado
A bela imagem de nobreza construída
Brota do esmero nesses anos demonstrado

Apaixonante e sem rival, formoso escudo
Do sentimento confessar não tenho medo
Sinto prazer ao exaltar essa entidade

Fizeste lar no coração, és o meu tudo
Estás em mim... Para ninguém isso é segredo
Por este dia, meu FLUZÃO, felicidade!

TRICOLOR, MEU ELIXIR

O meu jardim é matizado triplamente
Contemplo flores verdes, brancas e grenás
Finas fragrâncias, nobre aroma entorpecente
Meu vício eterno, não te deixo para trás

Essência pura, o respirar que me extasia
Estás na mente, na minh'alma e no meu peito
És Lua, és Sol, a rara estrela luzidia
Nesse alimento mui sublime eu me deleito

Encontro em ti o suprassumo alegrador
A tomar conta do meu ser feito uma chama
Eu vou seguir meu Fluminense aonde for

O coração, quando te vê, pula e reclama
Um brado forte a celebrar: SOU TRICOLOR!
Vibrando, em gozo, por feliz, ele te ama...
FLUMINENSE, AMOR SEM CONDIÇÃO

No dia vinte e um do mês de julho
Surgiste neste mundo, meu amor
Pra ser da minha vida o grande orgulho
No sangue eu sou feliz, sou Tricolor

Nobreza e classe tens desde o nascer
Guerreiro és, contudo... E muito forte!
Tu és meu respirar, o meu viver
Estrela a reluzir dentro do esporte

O manto mais formoso do universo
Entranha e neste peito faz seu lar
Adere ao coração, tomado, imerso...

Ao mundo inteiro, FLU, vou divulgar
Em rima, estrofe, prosa ou branco verso
Por ti, sem condição, irei vibrar
SONETO DA FRATERNIDADE TRICOLOR

Nas vitórias, sorrimos de alegria
Dissabores motivam união
Torcedores, amantes do FLUZÃO
Ladeados na glória e na agonia

Sentimento qu'envolve e contagia
Por tão nobre merece exaltação
As três cores conduzem a paixão
Mui presente no nosso dia-a-dia

Esse escudo, a camisa, nosso amor
São orgulho maior dessa torcida
Que os enverga com tal felicidade

Salve, salve, Família Tricolor
Como é lindo te ver, assim, vestida
Nesse manto de paz, fraternidade
TIME DE GUERREIROS

Nossa torcida pula e canta c'o Fluzão
Aplaude aos gritos, exaltando a valentia
Quando essa tropa pelos campos se anuncia
Declara amor sem por nenhuma condição

Time de garra, faz vibrar a multidão
Campo e plateia na mais linda sintonia
O sentimento, por tão uno, contagia
Por esse escudo, vale a raça, o coração

Aos jogadores, parabéns por essa luta
Ao envergar o nobre manto das três cores
Que traz orgulho, com certeza, à toda massa

Jogando assim, irão vencer qualquer disputa
Podem contar com a paixão dos torcedores
Grandes guerreiros, pelo FLU ninguém mais passa!
WASHINGTON, O MATADOR!

Vou pedir sua licença
Pra falar d'um camarada
Uma estrela tão amada
O baiano de nascença
Cujo berço foi Valença
Também digo pra vocês
Em janeiro, dia três
E sessenta foi o ano
Esse grande ser humano
C'a bola sucesso fez

Da sua biografia
Eu agora dou notícia
Começou pelo Galícia
Um time lá da Bahia
Depois se transferiria
Para o Corinthians Paulista
O craque futebolista
Pelo Mato Grosso andou
No Operário ele jogou
Em Campo Grande um artista

Avante sensacional
Valente goleador
No sul demonstrou valor
Pelo Internacional
Mas o famoso casal
Surgiria em outra praça
Quando o Paraná abraça
O talento do rapaz
No Atlético ele faz
A dupla de rara graça

Fez sucesso com Assis
Brilhou nas Araucárias
As conquistas foram várias
Torcedor ficou feliz
Enfim, o destino quis
Vieram pras Laranjeiras
Duas joias verdadeiras
De um futebol bonito
Centroavante e Benedito
Essas pérolas 'maneiras'

Estampava no uniforme
O nove que assombrava
Vira e mexe ele marcava
Que faro de gol enorme
Tem goleiro que não dorme
Ao lembrar de sua obra
Na qual brilhantismo sobra
Por isso que pra torcida
É figura tão querida
A cerviz Tricolor dobra

No FLU, grande campeão
Foram três estaduais
Em sequência, foi demais!
Além d'um Brasileirão
Teve participação
Com seus gols foi importante
Mais de cem, impressionante!
Obrigado, matador
Decisivo, arrasador
Artilheiro mui marcante

Lembranças desses momentos
Nos adoçam a memória
Sua linda trajetória
Os muitos e belos tentos
Os seus nobres sentimentos
A história d'uma vida
Desperta nessa torcida
A paixão que lhe dedica
Nosso coração explica
Quão intensa é merecida

Sobre o ídolo do esporte
Um mal foi se abater
Nessa luta pra viver
Nosso Washington é forte
Disporá de graça e sorte
Pois sobeja em si vontade
Nossa solidariedade
Para o ídolo que amamos
Com você, junto estamos
Rumo à felicidade


** Homenagem a Washington, aquele do Casal 20 **
AVANTE, GAROTOS!

No clube centenário o treinador
Trocou a experiência pela aposta
De jovens essa equipe está composta
Deu certo, fez sorrir o torcedor

Avante, garotada de valor
Fazendo dessa garra uma proposta
Da entrega demonstrada é que se gosta
Vibramos junto ao time lutador

Qu'estão comprometidos é visível
Vão ser, temos certeza, a redenção
Depois d'uma arrancada muito incrível

Iremos verter pranto de emoção
Será, daqui pra frente, intransponível
A grande fortaleza do FLUZÃO!!!


** Escrito durante a arrancada contra a queda ***
SONETO DA ESPERANÇA TRICOLOR

Nós somos fortes pra encarar essa tormenta
Bravos guerreiros, sem perder a confiança
Árduas batalhas a enfrentar c'a esperança
De reverter o quadro ruim que se apresenta

A nossa raça e coração ninguém aguenta
Vamos manter, sem recuar, perseverança
Pois quem tem fé o paraíso sempre alcança
O torcedor, ao fim de tudo, se contenta

Eu acredito, FLU querido, que consegues
Tu tens vigor pra destilar pelo gramado
Quero te ver calar a boca desses críticos

Dentro de campo tua fibra jamais negues
Estou contigo, sou fiel, meu time amado
Vou exaltar teu uniforme e escudo míticos


** Escrito durante a arrancada contra a queda ***
NÃO LHE DEIXAREI, FLUZÃO!

O sofrimento calejou-me o coração
Meu Tricolor, estou mui triste de verdade
Cada rodada aumenta minha ansiedade
Rebaixamento, assustadora assombração

Eu não aceito essa segunda divisão
Ao menos jogue com total dignidade
Mostre-nos luta e que tem seriedade
Pois desse jeito vai ser muita humilhação

O que acontece doravante a Deus entrego
Ora reclamo, mas estou aqui torcendo
E nessas horas com certeza mais me apego

Por várias vezes, falta sorte, eu estou vendo
Se joga mal, vou criticar, mas nunca nego
O grande amor que lhe declaro e estão lendo
EU SOU MAIS FLU

No meu vocabulário não existe
O termo 'desistência' ou similar
Pois todo Tricolor sempre resiste
Desânimo nenhum vai me parar

É fato que os rivais nos fazem chiste
Adoram a torcida achincalhar
Aguento tudo em pé, embora triste
Ao lado do FLUZÃO é o meu lugar

Se d'outro time eu fosse torcedor
Cansado já de tanto sofrimento
Teria abandonado seu escudo

Porém, tem fidalguia o meu amor
É grande, tão fiel, sem fingimento
Eu brado para o mundo: "O FLU É TUDO!"
PARABÉNS, FLUZÃO!!!

Eterno Amor, já és um ancião
São cento e sete anos de batente
Proporcionaste choro e empolgação
Mas nunca vais sair d'alma da gente

Tu és clube de enorme tradição
No meio esportivo és imponente
Tua vida é a mais bela redação
Que posso escrever... sou tão "doente"!

Vou te cantar em prosa e poesia
Estando a fase boa ou ruim
Não posso retirar isso de mim

Que eu vou te deixar, há quem o pense
Porém, isso jamais, meu FLUMINENSE
Sinceros PARABÉNS PELO TEU DIA!!!

** 21/07/2009 **
NASCE O GIGANTE...

No vinte e um de julho memorável
O século vigésimo raiava
Oscar teve a ideia formidável
E o Amor Eterno, então, criava

Nascia ali um clube respeitável
De roupa alvi-cinza desfilava
Aquele escrete bom era notável
Sucesso foi por onde ele jogava

Gigante começou para jamais
Sequer em um momento da história
Ficar menor perante os rivais

De cara, ganhou quatro estaduais
Assim teve início a trajetória
Pra frente o FLU faria muito mais
Eu nasci e fui criado
No meio duma floresta
Mata linda como esta
Vou dizer, leitor amado
Venha visitar, prezado
Que não vai se arrepender
É coisa boa de ver
Fascina, causa hipnose
Com certeza uma overdose
De raro e intenso prazer

Rios que vejo correr
Todo meu Norte cortando
As canoas vão singrando
Antes do amanhecer
Seus leitos a percorrer
Pura representação
De uma circulação
No corpo dum ser vivente
O líquido, minha gente
Que bombeia o coração

Em toda feliz nação
Há de ter esse elemento
Sem ela, é um tormento
Muito pranto e aflição
Destarte na região
Em que tenho moradia
Procuro no dia-a-dia
Desde minha tenra infância
Evitar beligerância
Ter a vida bem sadia

Enquanto eu escrevia
Imaginei o final
Desses versos, pessoal
Pois, amigos, só queria
Exaltar em poesia
Maravilhosas três cores
Que encantam, são amores
Mata, sangue e branca paz
Tudo isso junto faz
Alegres os tricolores
HOMENAGEM AOS MAIORES ARTILHEIROS DO FLU

Vou pedir sua licença
Para um pouco falar
D'uns avantes de presença
Que no FLU vimos brilhar
No ranking dos gols marcados
Dez melhores colocados
Eu vou homenagear

Eu vou começar o preito
Com o maior artilheiro
Que fez gol de todo jeito
Nisso era bem arteiro
O Valdo não foi um craque
Mas teve o maior destaque
Com a nove foi o primeiro

Depois vem Pingo de Ouro
Nosso querido Orlando
Esse cara era um estouro
Na lista está figurando
Como vice no geral
Uma marca bem legal
Acabou ele alcançando

E agora entra na dança
Um ponta um tanto franzino
Telê, Fio de Esperança
Confundiu o seu destino
Com o do próprio Fluminense
À nossa história pertence
Pro gol tinha faro fino

O quarto lugar do rol
No nome já era forte
Desfilou seu futebol
Hércules, pra nossa sorte
Nesse Tricolor Amado
Zagueiro do outro lado
Preferia até a morte

Um gringo vem a seguir
Quase um gol por partida
Que média foi conseguir
Que bela missão cumprida
Welfare não perdoava
Se bobeasse guardava
Isso era sua vida

Uma centena e meia
De tentos ele anotou
Chute fraco ou "na veia"
Importa é que a bola entrou
Esse aí Russo se chama
No FLU ele teve fama
Por ter feito muito gol

Este é versatilidade
Filho do grande escritor
De várias modalidades
Ele foi competidor
Na sua ficha completa
Um polivalente atleta
Preguinho goleador

Washington foi animal
Compôs o time do Tri
Com Assis formou casal
Melhor dupla inda não vi
Sua marca não foi pequena
Ele fez mais de centena
Disso aí nunca esqueci

Este aqui era cruel
Matador, vi em ação
Compriu bem o seu papel
Junto à massa do Fluzão
Vale fazer o registro
Super-Ézio foi "sinistro"
Eu lembro com emoção

Pra fechar o "Top Ten"
Que são onze, na verdade
Na frente se deram bem
Pois tinham capacidade
Escurinho e Magnata
Na bola eram a nata
Outros tempos, que saudade!
HOMENAGEM AOS GOLEIROS DO FLU

Não era uma geringonça
O escrete por qual jogava
O fino Marcos Mendonça
Elegância que encantava

Da estirpe desses arqueiros
De alta classe, magistrais
Pra festa dos brasileiros
Também nasceu Batatais

Castilho era “de morte”
Nosso Ás, deu alegria
Jamais vista igual sorte
Por isso era o "Leiteria"

Veludo tão excelente
Goleiro fenomenal
Por acaso foi suplente
De Castilho, o maioral

Dentre os vários atletas
Que aqui estou citando
Há de ter o guarda-meta
Félix Mieli Venerando

Derradeiro da linhagem
Fez a Nação orgulhosa
E merece a homenagem
O Paulo Victor Barbosa

Dois decênios se passaram
De lá pra cá não surgiram
Donos da 1 que honraram
A camisa que vestiram
No Rio eu já fui no Cristo
Visitei Copacabana
No Leblon também fui visto
Ipanema é bacana
Mergulhei no mar da Barra
No Recreio eu fiz farra
Lá passei mais de semana

Passeei pela Marina
Pão de Açúcar subi
Paisagem que fascina
Do bondinho então eu vi
Caminhei pelo Aterro
Quer agito, não tem erro
Seu destino é ali

A cidade é maravilhosa
Perfeito seu 'apelido'
No mundo todo é famosa
Fez jus ao que tenho lido
Porém a maior beleza
De lá com toda certeza
Tem um certo colorido

Eu falo, caro leitor
Da festa proporcionada
Pela Nação Tricolor
Lotando a arquibancada
Do imenso Maracanã
E quem já viu ficou fã
Não dá pra ser comparada

Nelson Rodrigues já disse
Nós não temos quantidade
É como se antevisse
A nossa enormidade
Se não dispõe da maior
O FLU possui a melhor
Torcida dessa cidade
SONETO DA FIDELIDADE (AO FLUMINENSE)

Fluminense, minha grande paixão
Estão gravadas aqui na retina
As três lindas cores do teu brasão
Imagem perfeita que me fascina

Certamente não teria sentido
A jornada deste teu torcedor
Caso nunca tivesses existido
Para quem dedicaria esse amor?

Se por tua causa tenho sofrido
O sentimento não é diminuído
Tu moras dentro do meu coração

Quando te vejo deste peito mina
Aos borbotões loucura que domina
Quanto prazer te assistir, Fluzão!

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

ÁVIDO DE AMOR

Dos olhos parte o brilho do sentir
Dos poros o suor desta avidez
Tu és meu alimento, meu sorrir

Deliro e vejo o céu em ti, mulher
Por um momento perco a lucidez
Num brado, o coração diz que te quer

Presença especial perfuma, apraz

Delícia em que me farto... Sou voraz!
DIVINA LUZ

Em passos vacilantes busco a Ti
Persigo a necessária e pura luz
Suplico o Teu amparo, Pai, aqui

Exponho esperançoso o meu clamor
Minh'alma nos teus braços, Deus, eu pus
Pedindo o breve alívio para a dor

Da vida de teu filho és Guardião

Em festa te recebe o coração
CHAVE DO PRAZER

No teu olhar cintilante
Riso largo é refletido
Eis meu ditoso semblante

Sussurras no meu ouvido
Mui contente, radiante
Pelo amor sou invadido

Dominas, meiga e suave

Do prazer tu tens a chave
FLORES DA ALMA

Amor sem medida no meu peito guardo
Oferto-lhe em letras... Escute este bardo
São versos sinceros, a voz de minh'alma

Aceite o presente, é singelo, mas puro
São flores brotadas da essência, asseguro
Decerto a recusa redunda num trauma

Seu riso contente me traz regozijo

Se amar estas linhas ao céu me dirijo
LAÇOS FATAIS

Singrando os meandros dos beijos de mel
Deslizo nas nuvens do teu aconchego
Amante contente eu me vejo um donzel

Loucura me dopa, mui pleno o prazer
Paixão me entorpece, procuro o chamego
É forte, eu me curvo a tão grande querer

Refém desses laços, cegueira é fatal

Não deixa que eu fuja um sentir colossal
GALOPE APAIXONADO

Desejo explorar essa bela escultura
Do corpo cheiroso beijar cada canto
Sorver o perfume, sentir a candura

Tu és obra linda da mãe natureza
Em sonho desenho e aguardo, portanto
Rasgar a inocência, tirar-te a pureza

Querer toma conta, meu peito inebria

Em mim vejo impressa paixão, fantasia
PURO MEL

No mar dos teus encantos mui feliz me banho
Nas águas desses beijos meu sorriso é pleno
Deleite me embevece, um prazer sem tamanho

Beleza incomparável brilha, fascinante
Diante dessa luz me sinto tão pequeno
Tu és meu elixir, musa revigorante

Estás no meu viver, dos sonhos és atriz

Um mel sem par no mundo o coração me diz
IDÍLIOS

Lutando contra os meus rebeldes cílios
Dos quais não vejo o abraço que careço
Desperto, vou criando os meus idílios

Em ti penso demais... Quanta insistência!
Saudade fez de mim seu endereço
Oh, como é dolorida a tua ausência!

São mares tenebrosos. Vou singrando...

Resistem esperanças. Até quando?
EM BUSCA DO PRAZER

Palavras deslizam n'ouvido
Dois corpos unidos, vorazes
Imersos em pura libido

Carícias intensas audazes
Desejo já não reprimido
Procuram prazer, mui tenazes

Fatal e gostosa mistura

Paixão, romantismo e loucura
ÉS MINHA LUZ

Meu horizonte, d'encoberto outrora
Sorriu pra mim, a névoa se desfez
Todo esse amor latente pus pra fora

És meu luzeiro, minha doce amada
Angelical, tu tens sedosa tez
Nos teus encantos me envolvi, oh, fada!

Meu existir contigo tem sentido

Sem ti fenece um coração perdido
VORAZ ARDÊNCIA

Dos lindos olhos flamejantes verte encanto
A chama forte é implacável... Incendeia!
Num laço intenso de paixão envolve... É teia!

Alcança a mente e coração... Pleno domínio!
Abraça o corpo e alma, impõe sem par fascínio
Entregue está um ser tomado por tal manto

Vem tomar posse do que é seu, voraz ardência

De perversão vem revestir minha inocência
ENVENENA-ME...

Entrego-te meu ser qu'é o terreno
No qual florescerá um grande amor
Intenso, ilimitado... Pra que regra?

Destiles nos meus lábios teu veneno
Oscules minha boca com vigor
Teu sumo me dá vida e me alegra

Um jorro de paixão tragas pra mim

O néctar 'fatal' tens no jardim
MEU ACALANTO

Abraços de acalanto tu me deste
Tu és o refrigério de minh'alma
Embalam-me a pureza e o candor

Carinhos tão suaves me fizeste
Trazendo ao coração imensa calma
Mostraste teu sorriso, um esplendor

No colo em que repouso a paz me invade

Encontro, amor, em ti, felicidade...
FURACÃO DE AMOR

Do homem que ora toca se apodere
Lambuza com seu mel, ensandecida
C'a espada do prazer vem cá, me fere

Aplaca essa vontade enlouquecida
Se enrosca neste corpo e nele adere
Inteiro, todo seu, minha querida

Traspassa o coração, raio de luz!

De amor um furacão em mim produz!
ÊXTASE

Entrega plena... Que paixão!
Corpos envoltos no furor
Delírio ímpar... Lassidão!
Mentes imersas em torpor
Desfaz-se a bruma, cai o véu
Viagem doce rumo ao céu...
DELEITE

Encanto que fascina
Deleite é o que me resta
Meus olhos fazem festa
Nas formas da menina

Beleza em profusão

Palpita o coração
TEU RASTRO

O rastro do teu olor
Deleitante, sedutor
Impresso deixaste aqui
Partiste e só penso em ti
Elixir d'um sonhador
TEU RASTRO

O rastro do teu olor
Deleitante, sedutor
Impresso deixaste aqui
Partiste e só penso em ti
Elixir d'um sonhador
INSANOS SENTIRES

Sentires ferozes
Que vêm sem aviso
Do frágil juízo
Por vezes algozes

Pensar impreciso
Loucura... Altas doses!
Seduzem tais vozes
Torpor, paraíso...

INSTINTO

Escondes nesse corpo, fino manto
As cores da mais pura donzelice
Permitas que navegue em tal encanto
Fascina-me a candura, essa meiguice

Do teu fatal sabor estou faminto
Desejo fenecer no doce enlace
Não posso resistir ao meu instinto
O brilho do querer tomou a face

Armaste uma delícia... Oh, nobre teia!
É natural, princesa, que me atraia
O meu pensar em ti, ledo, passeia

Tu és o mar revolto, eu sou a praia
Um beijo teu em mim, decerto enleia
De laço assim não há, amor, quem saia

NÁUFRAGO

Singrei diversas rotas solitário, errante
Ao longe, eu percebi um elixir olente
Imerso na magia desse fausto instante
No mar dos teus encantos naufraguei, contente

Tu foste desenhada com sem par requinte
Sereia dos meus sonhos, da beleza és fonte
Eu peço que concedas, se não for acinte
Um beijo carinhoso aqui na minha fronte

Não quero mais remar... Minh'alma vejo plena
Carente de motivos... Tenho a ti, menina
Domaste os furacões, vieste a mim serena

Dos teus lábios formosos a doçura emana
Tomara Deus que sejam minha eterna sina
De todo o meu pensar, amor, és soberana

AROMA DA SEDUÇÃO

Nos verdes campos, lanço os olhos e te vejo
Por entre a relva, minha flor, mesmo à distância
Eu me entorpeço ao aspirar fina fragrãncia
Sentindo forte o batimento, então te almejo

Olor penetra o coração, logo versejo
Mesmo que tente, não resisto à elegância
Ès tão formosa, sem rival... Exuberância!
Do que resulta, meu amor, esse cortejo

Me entrego a ti, pois desse aroma sou escravo
És alimento, combustível... Te respiro!
Se vens a mim, fico feliz, esfuziante

Nossos momentos, com carinho sempre gravo
Rememorando as doces cenas, eu deliro
Desse perfume, eu quero ser o grande amante
MEU ANJO

No teu sorriso vejo abertos os portais
O paraíso tu me trazes mui tranquila
Raios de luz a tua boca em mim destila
Feixes de encanto me atingem... São fatais!

Teus olhos lindos têm fulgor... Celestiais!
Eu vejo estrelas quando cada qual cintila
Passas por mim tal como deusa que desfila
Lacrimejante tu me deixas se te vais

Tão ébrio estou, embriagado c'a beleza
Quero ao teu lado aproveitar cada momento
Por onde andares, sem vacilo, amor, te sigo

Meu coração guarda pra ti um sentimento
Intensidade temperada com pureza
Eu te desejo eternamente aqui comigo
DEUS É TUA FORTALEZA

ELE nunca seus filhos desampara
No tormento, é refúgio e fortaleza
Sua mão nos acolhe na tristeza
As feridas que temos ELE sara

Essa luz tão intensa quanto clara
Como chama perene fica acesa
Ilumina teus passos com presteza
Proteção sempre alerta que não para

Se pedires ao Pai c'o coração
Acredites, na graça requerida
Certamente haverá intercessão

Se tens fé quando a prece é dirigida
Tu verás bem distante essa aflição
Louves Deus, o Pastor da tua vida
MINHA MUSA

Teu corpo na parede refletido
Atento, eu me deleito enquanto espio
Pecado curvilíneo, lindo, esguio
Dispara o coração enlouquecido

Por tanta perfeição sou envolvido
Mistura de emoções trouxe arrepio
Nem sei se deu calor ou calafrio
Mas algo diferente foi sentido

Tu tens na silhueta simetria
Beleza fascinante, irretocável
Formosa, teu desenho me enfeitiça

Além de seres bela, inda é amável
Por isso este escritor vendo se atiça
Feliz, canta-te, musa, em poesia
UM ENCONTRO ESPECIAL

O quarto foi cenário de paixão
Fragrâncias de desejo embriagantes
Suspiros multicores delirantes
Dois corpos transbordando exaltação

Fascínio tomou conta dos amantes
Enlevo, amor, prazer, transpiração
Foi una e muito intensa a sensação
Momentos sem igual, extasiantes

Assim, tu me mostraste o paraíso
Tornaste o qu'eu sonhava bem real
Fizeste-me completo, um ser contente

Agora, quando penso em teu sorriso
Assisto aquele encontro especial
Que passa como filme em minha mente
EU TE QUERO

Os nossos corações em sintonia
Palpitam no compasso da loucura
Paixão tão desvairada que anuncia
Irá recomeçar toda aventura

Vem cá realizar a fantasia
Espalha nos meus lábios a doçura
Perfuma esse meu corpo, contagia
Com seu frescor qual rosa, bela e pura

Estou a lhe esperar, doido, ansioso
E peço, por favor: linda, não tarde!
Senão eu vou morrer, tanto é o desejo

Não fico quieto, pois meu fogo arde
A hora de encontrar, amor, nem vejo
Pra dar um grande beijo bem gostoso
AMOR FUGAZ

Manhã de sol, jardim lindo, vivaz
Meu pranto rega as rosas sorridentes
Porque lembro que tu por mim não sentes
O amor que - não sabia - era fugaz

Eu molho um beija-flor, aflito assaz
São lágrimas que caem, insistentes
Saudade dos teus ósculos ardentes
Consome o meu viver cruel, voraz

As marcas indeléveis dessa história
Açoitam o meu peito sofredor
Outrora tão feliz, leve, risonho

Momentos que ficaram na memória
Agora só me trazem grande dor
Pois eu ainda os vivo quando sonho
CREPÚSCULO

O céu do nosso amor está tingido
Um tom avermelhado se revela
O peito arde em dor, muito ferido
Capítulo final dessa novela

O brilho dos seus olhos escondido
Não tarda, sumirá junto com ela
Deixando um coração triste, partido
E a vida mais insossa, menos bela

Meus sonhos a sumir atrás do monte
Um fato de que estava temeroso
Ainda que durão, sem humildade

Consigo vislumbrar no horizonte
Esboço d'um futuro tormentoso
Firmeza que se esvai numa saudade

sexta-feira, 11 de junho de 2010

ÁGUAS DO PRAZER

Teu corpo é um rio formoso
De beleza sem rival
Envolvente, sensual
Sedutor e caudaloso
Singro, alegre, esses caminhos
Os meandros da paixão
Deslizando a embarcação
Nessas águas, meus carinhos

Na medida em que navego
Nas entranhas do prazer
Mais me vejo enlouquecer
Mais de mim amor entrego
Se naufrago em ti, portanto
Irei fenecer contente
Imergindo, vou em frente
Afogar-me em teu encanto
CORAÇÃO ARREBATADO

Aspirei dos teus encantos, fiquei louco
Do feitiço desse aroma um vitimado
A tais laços me entreguei sem resistência

Ao sorver esse sabor... Que rara essência!
Invadiu meu coração arrebatado
A paixão que me domina pouco a pouco

Hoje sei o quanto é forte esse sentir
Porque vivo um sonho doce que não finda
Coisa igual ao nosso amor não vi ainda
Musa, face angelical, tu és tão linda
Uma estrela no meu céu a reluzir...
MEU DEVANEIO

Infausta despedida me estilhaça
Delírio jaz n'olhar mui pluvial
D'angústia lancinante sou a caça
Saudade fez de mim manancial

Outrora de ventura a nossa senda
Carente agora está de encantamentos
Refúgio dos prazeres, hoje fenda
Na qual repousarão tristes lamentos

Feneço em desditosa solidão
Embora tente, amor, não assimilo
Apenas na lembrança em ti passeio

Nos sonhos me desfaço... Apelo vão!
Teu toque singular... Posso senti-lo
Envolto integralmente em devaneio
IDIOMA DO AMOR

Meu Éden, nesse olhar perco a razão
Trafego em sensações impetuosas
Das curvas aprazíveis brotam rosas
Volúpia irresistível, tentação...

Teu laço constringente é só doçura
Incônscio, embevecido, eu nada falo
Entregue aos teus caprichos qual vassalo
A seiva desses beijos m'enclausura

Palavras proferidas, desconexas
Traduzem sensações demais complexas
Presentes num encontro d'esplendor

Nos gestos que fizemos, o sintoma
Da manifestação d'um idioma
Sublime, puro e nobre: o nosso amor!
UM ESCUDO APAIXONANTE

Eu sofro e te sigo... Tu és meu amor!
Fluzão, meu fascínio, resides no peito
Eu sei que és enorme e serás vencedor

Tu tens as três cores nas quais me deleito
Do mundo a torcida mais linda é a tua
Se for pro teu nome exaltar não enjeito

Se jogas minh'alma sorri e flutua
C'orgulho eu integro essa imensa Nação
E vibro a cantar nos estádios, na rua...

Dominas inteiro este meu coração
Estás no pensar, no viver, no agir
Tu és a loucura e fatal sedução

Prazer e alegria, remédio, elixir...
Do vício gostoso eu virei dependente
A cura rechaço e não vou desistir
De amar esse escudo tão belo, um presente!
A VOLTA DOS GUERREIROS *

O peito de alegria é infestado
Orgulho em plenitude toma conta
Porque noto que o FLU, meu clube amado
Brilhante e mui valente ora desponta

Diante do que vejo no gramado
Equipe magistral forte se monta
Um quadro de guerreiros, bem treinado
Decerto vencedor, bravo, de ponta

Futuro nos reserva muitas glórias
Sorrisos estampados, vibração
Jornadas laureadas com vitórias

De aplausos recebendo um turbilhão
Terás exibições demais notórias
Por isso, és meu eterno amor, FLUZÃO!

_____________________________________________
* Soneto escrito logo após a recente vitória espetacular do FLU sobre o Atlético-MG.
AMOR EM PROFUSÃO

Na luta inglória contra a emoção
Vi a razão cair por terra, enfim
E ser domada pelo coração

Você chegou... Me despedi de mim
A lucidez me abandonou, senhora
Foi sem aviso e eu fiquei assim

Esse clarão que traz a nova aurora
Desfralda um céu qu'é de dulçor profuso
Ao mesmo tempo o tino meu deflora

Nestes meandros corre o tal intruso
Arrebatando-me o suspiro intenso
O doce golpe, tão feliz, acuso

Faz-se presente no que sinto, penso
Essa candura sem igual no mundo
Dedico a ela o meu carinho imenso
Afeto, amor, do modo mais profundo
MANTO DA BELEZA

Teu brilho se destaca na penumbra
Ostentas linda seda, pura e nobre
O servo dessa luz cá se deslumbra
Fitando a vestimenta que te cobre

Com charme especial, peculiar
Tecido ao chão... Atiças meu desejo
Imagem só presente no sonhar
Contente, entorpecido, agora vejo

Diante dos meus olhos desnudado
Um corpo sedutor, bem entalhado
Formoso e concebido com destreza

Da roupa, meu amor, te desfizeste
Percebo, abobalhado, que te veste
O manto natural dessa beleza
PEDRA PRECIOSA

Explorador que sou encontro a mina
A reluzir me surge a joia rara
Meu coração, ao contemplar, dispara
Tanta a beleza que seduz, fascina

Tesouros lindos, explosão de brilhos
D'alta pureza a encantar o andante
Me vejo atônito naquele instante
Por um momento abandonei os trilhos

Em regozijo e dessa luz mui pleno
Logrei partir pr'a sideral viagem
Na qual notei o quanto és formosa

Felicidade, em venturoso aceno
Sorriu pra mim por meio dessa imagem
O teu olhar é pedra preciosa
SOB OS OLHARES DO MAR

Um chão d'areia e murmurantes ondas
Num baile azul cuja beleza alegra
Gaivotas alvas... Regulares rondas
Perfeito palco para o amor sem regra

Corpos unidos em total carência
Loucura exalam... Avidez gigante!
Devoradores de delícia, ardência
Tornam eterno o efervecente instante

Marinha brisa embala os personagens
Naquele dia, lindo, inesquecível
Vivendo enlevo em alto patamar

Dourado rei do céu registra imagens
Atores faustos numa cena incrível
Sob os cuidados d'um imenso mar
SINTOMAS DA PAIXÃO

Despido do recato e mergulhado
Nas águas envolventes da loucura
Estou completamente apaixonado

Em ti vejo pureza e formosura
Dotaste o sonho meu de claridade
És nuvem d'algodão, rara brancura

Sentires da maior intensidade
Dominam meu flechado coração
Que pulsa só por ti, minha beldade

Instantes sem teu toque, a tua mão
Eternos aparentam, são pungentes
Navego nos meandros da aflição

Teus beijos, teus abraços envolventes
Me fazem flutuar em alegria
Contigo viverei momentos quentes
Repletos de delícia e de magia
VEM, PRINCESA!

Dos seus lábios, princesa, estou faminto
Açoita-me a saudade impiedosa
Que dentro do meu ser, aflito, sinto

Carinho a mim não negue, linda rosa
Não deixe aqui brotar a desventura
Oh, flor dos meus pensares, tão formosa...

Acolha-me nos braços com ternura
Permita que feneça a solidão
No brilho desse olhar, total doçura
Fulgor a encher de luz meu coração
COMETA PAIXÃO

Dos insanos encontros, amor
Eu recordo, ora são nostalgia
Dois amantes em pleno furor
Num delírio sem par, fantasia

Nos momentos de intenso torpor
Que era eterno o sentir me dizia
Na verdade, uma efêmera cor
Nossas vidas outrora tingia

Um cometa me fez a visita
A saudade deixando, infinita
Céu rasgou e se foi pra distante

A tristeza meu peito permeia
Que nas trevas da dor devaneia
Sem a luz da paixão fulgurante
A COR DO TEU SORRISO

A cor do sorriso que ofusca
Estrelas no céu espalhadas
Envolve meu ser por completo

Em ti teve fim minha busca
Após as infaustas paradas
De amor eu me vejo repleto

Da vida o sentido tu és

Flechado, eu me lanço aos teus pés
QUERIA SER POETA

Saber lapidar eu queria
Palavras de amor e paixão
Poder te ofertar poesia
Pedaços do meu coração
Dizendo: eu te quero demais
Nas letras dos meus madrigais
DOCES NUVENS

Nas tuas curvas meu pensar derrapa
Tropegamente, alcança o teu sorriso
Como presente tu me deste o mapa
Que me orienta rumo ao paraíso

Tento esconder, mas um suspiro escapa
Em doces nuvens, meu amor, deslizo
Vieste a mim, faceira e à socapa
Me dominaste sem dar prévio aviso

No mel sem par dessa viagem vejo
Um turbilhão de encantamento e luz
Ingredientes para o meu desejo

Nas linhas frágeis e sinceras ponho
Singelo preito a quem só me seduz
E faz da vida o meu eterno sonho
MINHA SINA

Ao teu charme sucumbi
Criatura mui garrida
Encontrei meu chão em ti

Teu aroma é forte laço
Emoção jamais vivida
Eu senti no teu abraço

O teu beijo é seiva fina

Te querer é minha sina
À DERIVA

Num barco à deriva
Navega no escuro
A dor é bem viva

Quiçá no futuro
Aviste seu porto
Mui lindo e seguro

Caminho tão torto
Reveses, viradas
Total desconforto

Sementes lançadas
Lamento se planta
Nas águas singradas

O fel se agiganta
A névoa se avulta
A fé lhe acalanta
A Deus Pai escuta

Não perde a esperança
Aguarda a bonança
BEBIDA PREDILETA

Desses olhos sinto a seta
Me produzir calafrios
Envolvido em arrepios
Minh'alegria é completa
Nesse enlevo me embriago
Vem aqui, quero outro trago
Da bebida predileta
LEDA ALVORADA

Dessa alvorada os raios te iluminam
Beijando o teu angelical semblante
As duas joias brilham e fascinam

Resplandecente, o teu olhar me leva
Feixe de encanto, lindo e deleitante
No qual se esvai qualquer pungente treva

Dizes do amor nesses faróis de mel

Embarco em luz, vou navegar no céu...
SONETILHO DO REENCONTRO

Voltaste para mim
Trouxeste o teu olor
De novo, vejo a cor
Tingir o meu jardim

Encheste o meu viver
De luz e fantasia
Num brilho de alegria
Me envolvo com prazer

Esvai-se este letargo
Um riso puro e largo
Brotar aqui fizeste

Flutuo feito pena
Felicidade plena
No peito é inconteste
ÉBRIO DE AMOR

Meu coração encarceraste
Fizeste dele o teu domínio
O meu orgulho aniquilaste
Tu és pra mim puro fascínio
Sorvi da taça o teu sabor
Ébrio fiquei de intenso amor
INFINDA ESPERA

Peguei carona na saudade
Pra visitar recordações
E te abraçar, linda beldade

À solidão disse até breve
Entrei no mar das emoções
Senti-me ao vento, ledo e leve

Deixei fluir toda a quimera

Voltei depois, infinda espera...
Corações batendo a mil
Olhos grudados na tela
Palpita e vibra, Brasil
A nação verde e amarela

Dedos cruzados, torcida
Otimismo sem medida

Mais um gol, abre caminho
Uma massa incendiada
Novo triunfo, moçada
Desse escrete Canarinho
Olé! Grita a arquibancada
CASTELO DE AREIA

Efêmero riso
Saudosa sereia
Falso paraíso

Fatal perdição
Castelo de areia
Cometa paixão

Partiste, meu céu

Oh, treva cruel!
RESQUÍCIOS

A brisa negra fere qual adaga
Noites de insônia em que a saudade afaga
Deixando ao léu meus beijos e abraços

Sem conseguir te libertar do peito
Em sonhos vãos, teimoso me deleito
Viajo até imaginar teus traços

Sem chão, divago nas recordações
Aos teus resquícios ora estou entregue
Raras delícias, doces sensações
Minh'alma tola essa ilusão persegue
MEU LICOR

Quando me cobres de carinhos alço
Um fausto voo em direção ao gozo
Do enlevo pleno sigo no encalço

Prazer extremo embala meu sorriso
Estar contigo é tão maravilhoso
O que mais quero, tudo que preciso

Desta alegria tu és promotora

És meu licor de paz, encantadora
LASSIDÃO

Um cheiro de jasmim perfuma o quarto
Envoltos em carinhos nos amamos
Prazer em profusão, intenso e farto
Invade, entorpecente, e deliramos

Paixão dominadora, linda e cega
Transporta para o mundo da magia
Loucuras mil dominam... Plena entrega!
A lassidão dos corpos denuncia

Olhares no silêncio se entrecruzam
Jorrando essas palavras não ouvidas
As quais um regozijo imenso acusam

Ficou doce registro na memória
Das fortes emoções ali sentidas
Um marco dessa bela e meiga história
BRISA DA PAZ

Oh, brisa matinal, meu refrigério
Espalha esse frescor na minha fronte
De paz desejo ser um grande império
E sempre ver azul meu horizonte
Oh, brisa, leva o sal e traz amores
Enfeita o meu caminho, planta flores
De luz e alegria faz-me fonte
TRISTE RAMALHETE

Nas pétalas dum triste ramalhete
Repousa meu lamento inconsolado
Pranteiam pobres letras no bilhete
No qual me declarei ao ser amado

Da luz do teu sorriso nem filete
Abraça o rosto meu sombrio, molhado
Servido agora fui desse banquete
C'o coração demais despedaçado

Feneço sufocado, entristecido
A névoa no horizonte só se adensa
No sal do desengano estou perdido

Saudade me angustia, tão intensa
Lembrança do teu beijo... Que doído!
O louco noutra coisa, amor, não pensa
O TOQUE DE DEUS

Elevo aos céus o pensamento e peço
Pr'os dias meus a proteção Divina
Rogando ao Pai a chama que ilumina
O meu tormento ao Criador confesso

No coração ELE tem livre ingresso
Irá guiar meus passos na rotina
O mal se vai quando ELE determina
É consequência paz, amor, sucesso

Onipresente, DEUS está comigo
Onipotente, livra do perigo
É mão que cura, embala e acalanta

Felicidade é ser de SEU rebanho
E contemplar bondade sem tamanho
Ao caminhar pela vereda SANTA
VERSOS CATIVOS

Cativos estão meus poemas
Palavras de ti são reféns
Puseste nas letras algemas
Oh, quão sedutora tu vens
O verso esse vento recusa
Não parte, por ti, doce musa

sábado, 6 de março de 2010

DILACERANTE

Rompe as raias da razão
Rasga o manto da prudência
Furta a minha consciência
Oh, fada da perdição!

Retira, completo, o tino
Impedindo qu'eu reflita
A loucura em mim milita
Sensatez ora abomino

Perverte com brevidade
Meu juízo vacilante
Rouba-me a serenidade

Tenho um'alma delirante
Em plena saciedade
Seu sumo é dilacerante

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Publicado no Recanto das Letras em 02/03/2010
http://recantodasletras.uol.com.br/sonetos/2115546

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

SALMO 23 EM VERSOS

Acredito no Senhor
Porque Ele é meu Pastor
E o meu Seguro Porto
Sua Mão abençoada
Não me deixa faltar nada
Com ela tenho conforto

Em verdes pastos me deita
Minh'alma mui satisfeita
Agradece imensamente
Oh, Força que me alivia!
Às águas tranquilas guia
Cuidadosa e mansamente

Toma conta do meu ser
Refrigera meu viver
Ilumina e me conduz
Por amor do Santo Nome
Faz a direção qu'eu tome
Ter justiça e muita luz

Se andar por entre a treva
Eu bem sei que o Pai me leva
Dando a Sua proteção
Caminhando do meu lado
Empunhando Seu cajado
Amparo sem restrição

Prepara, ante oponente
A mesa na minha frente
Com óleo, unge a cabeça
O meu cálice transborda
Guarda-me de toda horda
Nenhum mal me aconteça

Durante minh'existência
A graça e benevolência
Estarão sempre comigo
Longos dias morarei
Na casa do Grande Rei
E, por isso, eu Lhe bendigo


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Publicado no Recanto das Letras em 18/02/2010
http://recantodasletras.uol.com.br/cordel/2092927
BEIJA-ME

Venha beijar minh'ansiosa face
Em mim derrame raro e bom perfume
Meu pensamento agora se resume
Nos lábios seus, delicioso enlace

Suave, intenso... Refrigera, esquenta...
De qualquer forma é fascinante o toque
Amor, imensa perdição provoque
Com essa boca em trajetória lenta

Desenhe o mel em profusão no riso
Traga torpor nessas palavras belas
Fatal cenário a me furtar o siso

Esses contornos são diletas celas
Pura expressão de alegre paraíso
Um lindo mar onde não há procelas
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Publicado no Recanto das Letras em 19/02/2010
SONHANDO COM CASTELOS

As flores do jardim frio e cinzento
Escutam d'alma aflita seu lamento
Nas gotas copiosas... Triste choro!
Nem nota, em sinfonia, os rouxinóis
Domina seu pensar idos faróis
Um beijo traz alento em forte coro

Embarca nessas folhas viajantes
Desejos mui antigos, delirantes
Num sopro entrega ao vento seu destino
Partindo, tal sonhar ao léu se lança
Inflado pela força da esperança
Que rege integralmente esse menino

Contempla os céus ganhar o pleito seu
Anseia agudamente um apogeu
Castelos majestosos mentaliza
Um ser contaminado de alegria
C'o mundo, radiante, em sintonia
Aguarda... Dia desses concretiza!
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Publicado no Recanto das Letras em 20/02/2010