quarta-feira, 4 de maio de 2011

SABOR DA PAIXÃO

Fulge a face e propaga brandura
Envolvente, meus olhos conquistas
Cumprimento o Maior dos Artistas
Por moldar sem igual formosura

Quando passas, de enlevo me infestas
A paixão se revela... Tão clara!
Coração nada quedo dispara
Exalando emoções, musa, honestas

Quanto mel no teu lábio é provado
Quanto brilho a verter do veludo
No teu corpo navego empolgado

Por sabores estou possuído
Meus desejos ardentes desnudo
Nesse arroubo repouso, cingido

A MENINA, AS CABRAS E O PADRE

Numa cidade pequena
Pacata, muito acanhada
O padre está descansando
Era tarde ensolarada
Vê passando, de repente
Bem ali na sua frente
Uma garota bem nova
Suada, humilde menina
Descalça, magra, franzina
Essa cena ele reprova

Sete cabras mais ou menos
A mocinha conduzia
Fazia esforço tremendo
Pra manter juntas na via
O padre, penalizado
E deveras revoltado
Pergunta: "seu nome é qual?"
"Seu padre, eu me chamo Rosa"
Ele, então, estica a prosa
"Que faz com tanto animal?"

"Vou no sítio do seu João
Levar pra cruzar c'o bode"
O padre não se conforma:
"Seu pai, irmão, ninguém pode
Fazer isso, princesinha?"
Ao que diz a menininha:
"Já tentaram outro dia
Tanto meu pai como irmão
Mas o bode é solução
Só assim elas dão cria..."

___________________________

Adaptação de piada

O CONSELHO DO CHEFE

Ao chegar no trabalho, o empregado
Manifesta preguiça... Que moleza!
O seu chefe, ao lhe ver desanimado
Solução logo aponta com presteza

"Quando estou desse jeito, gente boa
Vou pra casa e, depois dum banho quente
Faço amor pra valer com a patroa
Relaxado, retorno pro batente"

Ao ouvir essa dica, o cara esperto
Sai dali pra seguir dito conselho
Duas horas mais tarde vem risonho

Chega o chefe e pergunta se deu certo
O sujeito não fica nem vermelho
Ao dizer: "sua esposa é dez, um sonho..."

_____________________________________

Adaptação de piada

RECORDAÇÕES

Recolhido em saudade infinita
Rememoro ferventes momentos
Ledas marcas motivam lamentos
De minh'alma deveras aflita

Neste meu coração de poeta
É notória a tristeza dos cantos
Por amargos fustigam-me os mantos
Onde a dor dessa perda é completa

Dos encontros intensos, felizes
Resta história e cruéis cicatrizes
Forte angústia, incessante soluço

Como alento, o sorriso das flores
Incitando a sorver seus olores
Para ver tal jardim me debruço

ARDÊNCIA

Fito a dama contente, embevecido
Na beleza sem par sou caminhante
Que presente me foi oferecido!

Na meiguice trafego emocionado
Alegria nos olhos é flagrante
Para a festa do amor fui convidado

Não demonstro, incitado, resistência

Ébrio, caio nas garras dessa ardência

SENDA DO PRAZER

Na graça singular que me extasia
Mergulho jubilioso, linda musa
Despido, enfim, do pranto e d'agonia

A seta desse amor meu peito cruza
Um nobre e raro mel logo propaga
Teu homem nesse encanto se lambuza

O beijo angelical feito uma vaga
Banhando o coração produz enleio
Dirige os passos meus durante a saga
Na senda do prazer, eterno anseio

INSENSATEZ

És alvo do desejo incandescente
Difuso nos suspiros desinquietos
Tentei, não consegui manter secretos
Impulsos que confesso alegremente

Controle não mais tenho sobre os atos
No peito, a insanidade é dominante
Oh, diva, meu delírio... Apaixonante!
Rompi com meu pensares mais sensatos

Num toque, a sedução sutil me enlaça
Meu frágil coração logo traspassa
Se não estás aqui, chorando vivo

O cheiro do prazer em ti me atiça
O prumo jaz no seio da cobiça
Paixão, dessa fragrância estou cativo