sexta-feira, 11 de junho de 2010

ÁGUAS DO PRAZER

Teu corpo é um rio formoso
De beleza sem rival
Envolvente, sensual
Sedutor e caudaloso
Singro, alegre, esses caminhos
Os meandros da paixão
Deslizando a embarcação
Nessas águas, meus carinhos

Na medida em que navego
Nas entranhas do prazer
Mais me vejo enlouquecer
Mais de mim amor entrego
Se naufrago em ti, portanto
Irei fenecer contente
Imergindo, vou em frente
Afogar-me em teu encanto
CORAÇÃO ARREBATADO

Aspirei dos teus encantos, fiquei louco
Do feitiço desse aroma um vitimado
A tais laços me entreguei sem resistência

Ao sorver esse sabor... Que rara essência!
Invadiu meu coração arrebatado
A paixão que me domina pouco a pouco

Hoje sei o quanto é forte esse sentir
Porque vivo um sonho doce que não finda
Coisa igual ao nosso amor não vi ainda
Musa, face angelical, tu és tão linda
Uma estrela no meu céu a reluzir...
MEU DEVANEIO

Infausta despedida me estilhaça
Delírio jaz n'olhar mui pluvial
D'angústia lancinante sou a caça
Saudade fez de mim manancial

Outrora de ventura a nossa senda
Carente agora está de encantamentos
Refúgio dos prazeres, hoje fenda
Na qual repousarão tristes lamentos

Feneço em desditosa solidão
Embora tente, amor, não assimilo
Apenas na lembrança em ti passeio

Nos sonhos me desfaço... Apelo vão!
Teu toque singular... Posso senti-lo
Envolto integralmente em devaneio
IDIOMA DO AMOR

Meu Éden, nesse olhar perco a razão
Trafego em sensações impetuosas
Das curvas aprazíveis brotam rosas
Volúpia irresistível, tentação...

Teu laço constringente é só doçura
Incônscio, embevecido, eu nada falo
Entregue aos teus caprichos qual vassalo
A seiva desses beijos m'enclausura

Palavras proferidas, desconexas
Traduzem sensações demais complexas
Presentes num encontro d'esplendor

Nos gestos que fizemos, o sintoma
Da manifestação d'um idioma
Sublime, puro e nobre: o nosso amor!
UM ESCUDO APAIXONANTE

Eu sofro e te sigo... Tu és meu amor!
Fluzão, meu fascínio, resides no peito
Eu sei que és enorme e serás vencedor

Tu tens as três cores nas quais me deleito
Do mundo a torcida mais linda é a tua
Se for pro teu nome exaltar não enjeito

Se jogas minh'alma sorri e flutua
C'orgulho eu integro essa imensa Nação
E vibro a cantar nos estádios, na rua...

Dominas inteiro este meu coração
Estás no pensar, no viver, no agir
Tu és a loucura e fatal sedução

Prazer e alegria, remédio, elixir...
Do vício gostoso eu virei dependente
A cura rechaço e não vou desistir
De amar esse escudo tão belo, um presente!
A VOLTA DOS GUERREIROS *

O peito de alegria é infestado
Orgulho em plenitude toma conta
Porque noto que o FLU, meu clube amado
Brilhante e mui valente ora desponta

Diante do que vejo no gramado
Equipe magistral forte se monta
Um quadro de guerreiros, bem treinado
Decerto vencedor, bravo, de ponta

Futuro nos reserva muitas glórias
Sorrisos estampados, vibração
Jornadas laureadas com vitórias

De aplausos recebendo um turbilhão
Terás exibições demais notórias
Por isso, és meu eterno amor, FLUZÃO!

_____________________________________________
* Soneto escrito logo após a recente vitória espetacular do FLU sobre o Atlético-MG.
AMOR EM PROFUSÃO

Na luta inglória contra a emoção
Vi a razão cair por terra, enfim
E ser domada pelo coração

Você chegou... Me despedi de mim
A lucidez me abandonou, senhora
Foi sem aviso e eu fiquei assim

Esse clarão que traz a nova aurora
Desfralda um céu qu'é de dulçor profuso
Ao mesmo tempo o tino meu deflora

Nestes meandros corre o tal intruso
Arrebatando-me o suspiro intenso
O doce golpe, tão feliz, acuso

Faz-se presente no que sinto, penso
Essa candura sem igual no mundo
Dedico a ela o meu carinho imenso
Afeto, amor, do modo mais profundo
MANTO DA BELEZA

Teu brilho se destaca na penumbra
Ostentas linda seda, pura e nobre
O servo dessa luz cá se deslumbra
Fitando a vestimenta que te cobre

Com charme especial, peculiar
Tecido ao chão... Atiças meu desejo
Imagem só presente no sonhar
Contente, entorpecido, agora vejo

Diante dos meus olhos desnudado
Um corpo sedutor, bem entalhado
Formoso e concebido com destreza

Da roupa, meu amor, te desfizeste
Percebo, abobalhado, que te veste
O manto natural dessa beleza
PEDRA PRECIOSA

Explorador que sou encontro a mina
A reluzir me surge a joia rara
Meu coração, ao contemplar, dispara
Tanta a beleza que seduz, fascina

Tesouros lindos, explosão de brilhos
D'alta pureza a encantar o andante
Me vejo atônito naquele instante
Por um momento abandonei os trilhos

Em regozijo e dessa luz mui pleno
Logrei partir pr'a sideral viagem
Na qual notei o quanto és formosa

Felicidade, em venturoso aceno
Sorriu pra mim por meio dessa imagem
O teu olhar é pedra preciosa
SOB OS OLHARES DO MAR

Um chão d'areia e murmurantes ondas
Num baile azul cuja beleza alegra
Gaivotas alvas... Regulares rondas
Perfeito palco para o amor sem regra

Corpos unidos em total carência
Loucura exalam... Avidez gigante!
Devoradores de delícia, ardência
Tornam eterno o efervecente instante

Marinha brisa embala os personagens
Naquele dia, lindo, inesquecível
Vivendo enlevo em alto patamar

Dourado rei do céu registra imagens
Atores faustos numa cena incrível
Sob os cuidados d'um imenso mar
SINTOMAS DA PAIXÃO

Despido do recato e mergulhado
Nas águas envolventes da loucura
Estou completamente apaixonado

Em ti vejo pureza e formosura
Dotaste o sonho meu de claridade
És nuvem d'algodão, rara brancura

Sentires da maior intensidade
Dominam meu flechado coração
Que pulsa só por ti, minha beldade

Instantes sem teu toque, a tua mão
Eternos aparentam, são pungentes
Navego nos meandros da aflição

Teus beijos, teus abraços envolventes
Me fazem flutuar em alegria
Contigo viverei momentos quentes
Repletos de delícia e de magia
VEM, PRINCESA!

Dos seus lábios, princesa, estou faminto
Açoita-me a saudade impiedosa
Que dentro do meu ser, aflito, sinto

Carinho a mim não negue, linda rosa
Não deixe aqui brotar a desventura
Oh, flor dos meus pensares, tão formosa...

Acolha-me nos braços com ternura
Permita que feneça a solidão
No brilho desse olhar, total doçura
Fulgor a encher de luz meu coração
COMETA PAIXÃO

Dos insanos encontros, amor
Eu recordo, ora são nostalgia
Dois amantes em pleno furor
Num delírio sem par, fantasia

Nos momentos de intenso torpor
Que era eterno o sentir me dizia
Na verdade, uma efêmera cor
Nossas vidas outrora tingia

Um cometa me fez a visita
A saudade deixando, infinita
Céu rasgou e se foi pra distante

A tristeza meu peito permeia
Que nas trevas da dor devaneia
Sem a luz da paixão fulgurante
A COR DO TEU SORRISO

A cor do sorriso que ofusca
Estrelas no céu espalhadas
Envolve meu ser por completo

Em ti teve fim minha busca
Após as infaustas paradas
De amor eu me vejo repleto

Da vida o sentido tu és

Flechado, eu me lanço aos teus pés
QUERIA SER POETA

Saber lapidar eu queria
Palavras de amor e paixão
Poder te ofertar poesia
Pedaços do meu coração
Dizendo: eu te quero demais
Nas letras dos meus madrigais
DOCES NUVENS

Nas tuas curvas meu pensar derrapa
Tropegamente, alcança o teu sorriso
Como presente tu me deste o mapa
Que me orienta rumo ao paraíso

Tento esconder, mas um suspiro escapa
Em doces nuvens, meu amor, deslizo
Vieste a mim, faceira e à socapa
Me dominaste sem dar prévio aviso

No mel sem par dessa viagem vejo
Um turbilhão de encantamento e luz
Ingredientes para o meu desejo

Nas linhas frágeis e sinceras ponho
Singelo preito a quem só me seduz
E faz da vida o meu eterno sonho
MINHA SINA

Ao teu charme sucumbi
Criatura mui garrida
Encontrei meu chão em ti

Teu aroma é forte laço
Emoção jamais vivida
Eu senti no teu abraço

O teu beijo é seiva fina

Te querer é minha sina
À DERIVA

Num barco à deriva
Navega no escuro
A dor é bem viva

Quiçá no futuro
Aviste seu porto
Mui lindo e seguro

Caminho tão torto
Reveses, viradas
Total desconforto

Sementes lançadas
Lamento se planta
Nas águas singradas

O fel se agiganta
A névoa se avulta
A fé lhe acalanta
A Deus Pai escuta

Não perde a esperança
Aguarda a bonança
BEBIDA PREDILETA

Desses olhos sinto a seta
Me produzir calafrios
Envolvido em arrepios
Minh'alegria é completa
Nesse enlevo me embriago
Vem aqui, quero outro trago
Da bebida predileta
LEDA ALVORADA

Dessa alvorada os raios te iluminam
Beijando o teu angelical semblante
As duas joias brilham e fascinam

Resplandecente, o teu olhar me leva
Feixe de encanto, lindo e deleitante
No qual se esvai qualquer pungente treva

Dizes do amor nesses faróis de mel

Embarco em luz, vou navegar no céu...
SONETILHO DO REENCONTRO

Voltaste para mim
Trouxeste o teu olor
De novo, vejo a cor
Tingir o meu jardim

Encheste o meu viver
De luz e fantasia
Num brilho de alegria
Me envolvo com prazer

Esvai-se este letargo
Um riso puro e largo
Brotar aqui fizeste

Flutuo feito pena
Felicidade plena
No peito é inconteste
ÉBRIO DE AMOR

Meu coração encarceraste
Fizeste dele o teu domínio
O meu orgulho aniquilaste
Tu és pra mim puro fascínio
Sorvi da taça o teu sabor
Ébrio fiquei de intenso amor
INFINDA ESPERA

Peguei carona na saudade
Pra visitar recordações
E te abraçar, linda beldade

À solidão disse até breve
Entrei no mar das emoções
Senti-me ao vento, ledo e leve

Deixei fluir toda a quimera

Voltei depois, infinda espera...
Corações batendo a mil
Olhos grudados na tela
Palpita e vibra, Brasil
A nação verde e amarela

Dedos cruzados, torcida
Otimismo sem medida

Mais um gol, abre caminho
Uma massa incendiada
Novo triunfo, moçada
Desse escrete Canarinho
Olé! Grita a arquibancada
CASTELO DE AREIA

Efêmero riso
Saudosa sereia
Falso paraíso

Fatal perdição
Castelo de areia
Cometa paixão

Partiste, meu céu

Oh, treva cruel!
RESQUÍCIOS

A brisa negra fere qual adaga
Noites de insônia em que a saudade afaga
Deixando ao léu meus beijos e abraços

Sem conseguir te libertar do peito
Em sonhos vãos, teimoso me deleito
Viajo até imaginar teus traços

Sem chão, divago nas recordações
Aos teus resquícios ora estou entregue
Raras delícias, doces sensações
Minh'alma tola essa ilusão persegue
MEU LICOR

Quando me cobres de carinhos alço
Um fausto voo em direção ao gozo
Do enlevo pleno sigo no encalço

Prazer extremo embala meu sorriso
Estar contigo é tão maravilhoso
O que mais quero, tudo que preciso

Desta alegria tu és promotora

És meu licor de paz, encantadora
LASSIDÃO

Um cheiro de jasmim perfuma o quarto
Envoltos em carinhos nos amamos
Prazer em profusão, intenso e farto
Invade, entorpecente, e deliramos

Paixão dominadora, linda e cega
Transporta para o mundo da magia
Loucuras mil dominam... Plena entrega!
A lassidão dos corpos denuncia

Olhares no silêncio se entrecruzam
Jorrando essas palavras não ouvidas
As quais um regozijo imenso acusam

Ficou doce registro na memória
Das fortes emoções ali sentidas
Um marco dessa bela e meiga história
BRISA DA PAZ

Oh, brisa matinal, meu refrigério
Espalha esse frescor na minha fronte
De paz desejo ser um grande império
E sempre ver azul meu horizonte
Oh, brisa, leva o sal e traz amores
Enfeita o meu caminho, planta flores
De luz e alegria faz-me fonte
TRISTE RAMALHETE

Nas pétalas dum triste ramalhete
Repousa meu lamento inconsolado
Pranteiam pobres letras no bilhete
No qual me declarei ao ser amado

Da luz do teu sorriso nem filete
Abraça o rosto meu sombrio, molhado
Servido agora fui desse banquete
C'o coração demais despedaçado

Feneço sufocado, entristecido
A névoa no horizonte só se adensa
No sal do desengano estou perdido

Saudade me angustia, tão intensa
Lembrança do teu beijo... Que doído!
O louco noutra coisa, amor, não pensa
O TOQUE DE DEUS

Elevo aos céus o pensamento e peço
Pr'os dias meus a proteção Divina
Rogando ao Pai a chama que ilumina
O meu tormento ao Criador confesso

No coração ELE tem livre ingresso
Irá guiar meus passos na rotina
O mal se vai quando ELE determina
É consequência paz, amor, sucesso

Onipresente, DEUS está comigo
Onipotente, livra do perigo
É mão que cura, embala e acalanta

Felicidade é ser de SEU rebanho
E contemplar bondade sem tamanho
Ao caminhar pela vereda SANTA
VERSOS CATIVOS

Cativos estão meus poemas
Palavras de ti são reféns
Puseste nas letras algemas
Oh, quão sedutora tu vens
O verso esse vento recusa
Não parte, por ti, doce musa