terça-feira, 28 de dezembro de 2010

O BRILHO DAS ESTRELAS

Frágeis nuvens em missão demais ingrata
Lançam manto sobre estrelas imponentes
A firmeza desses astros reluzentes
Fere a sanha recebida... Fulge a prata

Rechaçados sem demora tais rompantes
Uma saga breve e tênue se completa
Lacerados pela linda e forte seta
Vis escudos se dissipam em instantes

Por queimados pelo brilho inexorável
A medida mais sensata, inevitável:
Guarda baixa e seu fatal recolhimento

Claridade vem à tona, imprescindível
Emoção a tomar conta, indefinível
Dos recantos dum ditoso firmamento

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Soneto dedicado a um grande parceiro das letras, AARÃO FILHO.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

É NATAL

O coração qual manjedoura se afigura
É fausto leito do singelo nascimento
Palco da cena difusora de candura
Quanta alegria proporciona lindo evento!

Dentro do peito fulge, intensa, um'almenara
Raia Jesus, o Filho amado, Sacrossanto
Nobre alimento, sua força tudo sara
Encerra paz... Oh, maravilha de acalanto!

Ele irradia plena luz que refrigera
Zeloso guia, sentinela sempre pronto
Não há com Cristo desamparo, vã espera
Bravo parceiro na batalha, no confronto

Em nosso espírito, sorriso singular
É Deus Menino sua Graça a espalhar

NATAL

Nascimento alvissareiro
Alegrou o mundo inteiro
Trouxe para aos corações
Amor, paz aos borbotões
Louvemos Jesus, luzeiro

sábado, 18 de dezembro de 2010

MEU BÁLSAMO

Fizeste de minh'alma alegre presa
Soprando no juízo tua brisa
Meu corpo docilizas com destreza
Teu mágico elixir me balsamiza

Incitas meu querer, perfeita rosa
Exalas sedução sem par, profusa
O feixe da fragrância esplendorosa
Invade arrasador, o peito acusa

Ao pálido jardim trouxeste cores
Aos campos inodoros teus olores
Oh, fada dos meus sonhos, divinal

A marca desse aroma não retires
Não posso estar liberto dos sentires
São fontes de prazer descomunal

O PADRE E O BÊBADO

No coletivo, o padre senta bem ao lado
Do camarada muito bêbado e "pra frente"
O sacerdote é perguntado, de repente:
"O senhor sabe o que é artrite, meu prezado?"

Querendo dar uma lição no cachaceiro
O padre fala: "isso é doença provocada
Pelo alcoolismo e pela vida desregrada
Aflige quem fica no bar o dia inteiro"

Logo depois, grande remorso acaba tendo
Achando duro seu discurso, o reverendo
Indaga o cara: "Há quanto tempo tem o mal?"

Eis a resposta do pinguço, um tanto séria:
"Não sofro disso, apenas li uma matéria
Esse problema o bispo tem, diz o jornal"

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Adaptação de piada

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

SEGREDOS

Meus sentires reprimidos descortino
Olhos fulgem revelando tais segredos
Na meiguice da princesa sou menino
Verto enleio nos sinais deveras ledos

Chego às raias do torpor feito vesano
São clamores aclarados, mui agudos
Arrepio a me tomar... Querer mundano!
Os desejos tinha ocultos, quedos, mudos

Sedução irresistível, explosiva
Emergiu neste momento, doce diva
Refestelo-me, feliz, em bela senda

O sonhar, outrora opaco, surge flavo
Nessa boca encantadora, imane favo
Vou fazer eternamente uma vivenda

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

DO INFERNO À GLÓRIA

Do abismo contemplamos os portais
Inferno se pintava em cores vivas
Jornadas todas tensas, aflitivas
Os erros? Não podíamos ter mais

Correntes se alastraram, positivas
Em vozes vigorosas, passionais
Torcida apronta festas magistrais
Porquanto eram partidas decisivas

O quadro aterrador foi revertido
Tivemos o propósito cumprido
Elite garantida com primor

No fim da bela saga uma vitória
Deixado o lodaçal, chegou a glória
Celebra intensamente o Tricolor

VIVA O CAMPEÃO

No rastro dos guerreiros sangue e luta
As lanças de coragem revestidas
Quão linda, irretocável a conduta
Vitórias bravamente construídas

Na gênese de tudo uma arrancada
Milagre tricolor emocionante
Com lágrimas e festa coroada
No título da equipe triunfante

Os tons de galhardia e majestade
Orgulho duma massa ensandecida
Tremulam no mais belo pavilhão

Imersa em singular felicidade
Bem alto se declara essa torcida;
FELIZ, CANTO MEU TIME CAMPEÃO!!!

ALEGRIA TRICOLOR: FLUMINENSE CAMPEÃO BRASILEIRO/2010

Pro sentir do torcedor
Não procure explicação
Mesmo tese de doutor
Não decifra essa paixão
Bom latino, o brasileiro
Vibra, pula o tempo inteiro
Nas arenas do país
Gramados Brasil afora
Canta, xinga, ri e chora
Ora triste, ora feliz

Não pode ser diferente
Para o tricolor, portanto
Exibe orgulhosamente
As cores do lindo manto
O seu clube secular
Tem história singular
Recheada de emoções
Inferno foi conhecido
Mas várias vezes ouvido
O grito de campeões

Apoio incondicional
Tem sido marca bonita
Essa torcida leal
Sempre diz que acredita
Provou amargor imenso
Naquele infausto descenso
Depois do qual o Parreira
Se demonstrou importante
Inspirado comandante
Daquela equipe guerreira

Foi esse Carlos Alberto
Que nos conduziu à glória
Oitenta e quatro, estou certo
Não me sai mais da memória
No certame principal
Deste país tropical
A taça foi levantada
Por Assis e companhia
Explodiu em alegria
A galera emocionada

De setenta, amigos, trato
Foi uma festa estrondosa
Ganhamos o campeonato
Roberto Gomes Pedrosa
Falta reconhecimento
Da CBF, lamento
Mas o peso ninguém tira
A dita Taça de Prata
O Fluminense arrebata
A bela nação delira

No ano passado o time
Fez algo espetacular
De batalhar não se exime
Na elite quis ficar
Os torcedores fanáticos
Não ouviram matemáticos
Projeções e estatística
No milagre da arrancada
Ficou de novo cravada
Nossa conhecida mística

Vinte e seis anos de espera
Montamos um esquadrão
Para ver toda a galera
Vibrar no Brasileirão
Foram vinte e três rodadas
Pela turma lideradas
Mas a peleja foi dura
Vitórias tivemos vinte
Ainda digo o seguinte:
Melhor defesa, segura

Os desfalques foram vários
Contudo, nossos suplentes
Por bastante necessários
Se mostraram competentes
Para oponentes de porte
Foi preciso elenco forte
E um grande treinador
Nosso Muricy Ramalho
Teve brilho no trabalho
Por isso é merecedor

Todo mundo teve parte
Na caminhada do tri
De ninguém se faz descarte
Não vou fazer isso aqui
Porém, vão ficar na bronca
Caso não fale do Conca
O nosso grande regente
Foi presença garantida
Em tudo quanto é partida
Eita argentino valente!

Desfilo felicidade
Nas linhas que apresento
Sem ter imparcialidade
Eis o meu contentamento
Desde quando era menino
Onze anos, pequenino
Que este porto-velhense
Tinha um grito na clausura
Agora não mais segura
A taça é do Fluminense

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

SEM RECATO

Chegaste desprovida de recato
Trazendo teus sussurros em oferta
Minh'alma revelada, descoberta
Celebra, degustando fino prato

Da cela dos sorrisos deste vate
Garbosa e sedutora abriste a porta
Outrora esmaecidos, tela morta
Fizeste dos sonhares o resgate

Em mim, nas remotíssimas paragens
Despontam as recônditas imagens
Pedindo teu carinho, esse pincel

Na face tens deveras duas luzes
Guiando lindas mãos com que produzes
Um mundo refulgente, meu laurel

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

NOSTALGIA

No coração adocicado há nostalgia
Viva ternura dos encontros vesperais
Ledos olhares, incessantes madrigais
Quão maviosas são as cores doutro dia

Brisa na face, teto anil, ipês floridos
Sofreguidão nos lábios tímidos e faltos
Ansiedade pelos mágicos, mui lautos
Mananciais dos sentimentos reprimidos

Daquelas tardes inda hoje me enamoro
Luz no sorriso, singular cumplicidade
Eternizei na galeria da saudade
Sou regozijo a cada vez que rememoro

Esplendorosa, nossa história cinge, enfim
Singelas letras a brotar dentro de mim